O Estado de São Paulo Embraer vende caça a Chile e Equador
Países confirmam encomenda de pelo menos 36 Super Tucanos
Roberto Godoy
Os governos do Chile e do Equador confirmaram a compra, para equipar as Forças Aéreas de ambos os países, do avião de ataque leve Super Tucano, produzido pela Embraer. O Chile fica com 12 unidades, com opção de um segundo lote igual, e o Equador com 24. Os dois fornecimentos significam negócios estimados em US$ 384 milhões. Ontem, a empresa confirmou que os termos dos contratos estão sendo discutidos.
A versão escolhida é semelhante à especificada pela Aeronáutica da Colômbia - que encomendou 25 aeronaves em 2005 e já recebeu quase todas -, de dois lugares, com pesada carga eletrônica, destinadas a missões de combate e treinamento.
Na seleção do Chile, o Super Tucano venceu concorrentes difíceis. Estavam em avaliação pelo menos cinco outros modelos: o suíço Pilatus PC-21, o americano Texan II, o argentino Pampa AT-63, o coreano T-50 e o italiano M346. A encomenda equatoriana pode ser maior que a anunciada. Segundo o presidente Rafael Correa, a intenção é de adquirir “ao menos 24 caças num primeiro momento”.
A Força Aérea Brasileira, a FAB, negociou com a Embraer um lote de 99 turboélices. Já foram entregues cerca de 50, rebatizados como A-29 (versão exclusiva de ataque) e AT-29, configuração de dois pilotos.
Na América Central, a Republica Dominicana e a Guatemala também selecionaram o avião brasileiro. O mercado para essa classe de aeronave é promissor: até 2010 serão definidos pedidos de até 350 aviões da classe do Super Tucano fora do eixo dos EUA e da Europa. Só o mercado asiático responderá por 200 unidades, representando US$ 1,1 bilhão.
O modelo exportado para o Chile e o Equador é inspirado no conjunto antiguerrilha especificado pela Colômbia e usado no ataque de 1º de março contra um acampamento clandestino das Farc no Equador.
Pequeno e ágil, o Super Tucano é uma engenhosa combinação de recursos tecnológicos de última geração com a engenharia de baixo custo dos turboélices.
Pode permanecer sete horas em missão de patrulha. Leva 1,5 tonelada de carga de ataque e duas armas fixas - canhões de 30 milímetros ou metralhadoras pesadas. Voa a 590 km/h.
O Estado de São Paulo Usina foi concebida em molde binacional para conter queixas
Um litígio territorial motivou a criação de Itaipu nos moldes de uma usina binacional. Relatório diplomático inédito, obtido pela Folha, detalha os bastidores da luta travada entre o governo de Brasil e Paraguai, e como se chegou à idéia da criação da hidrelétrica para evitar que a disputa fosse para arbítrio internacional.
A campanha paraguaia começou no final da década de 1950 e terminou 15 anos depois, com a assinatura do Tratado de Itaipu. Todo o embate diplomático foi catalogado pelo embaixador José Jobim em relatório de maio de 1964. Jobim foi encarregado de buscar solução para fazer Assunção desistir da queixa territorial, abrindo caminho para o projeto hidrelétrico do Brasil.
"Não podemos eludir o problema da reivindicação territorial do Paraguai. Teremos a lucrar se conseguirmos resolvê-lo o mais rapidamente possível", escreveu. Para ilustrar, Jobim lembrou a disputa dos Estados Unidos pelo Canal do Panamá.
Bate-boca
A primeira nota sobre o assunto foi enviada ao Itamaraty, em 20 de maio de 1958. Nela, o chanceler paraguaio Sapena Pastor rejeitava qualquer "projeto unilateral" de aproveitamento do rio Paraná.
Um novo protesto ocorreu em 12 de março de 1962. O governo brasileiro respondeu em 19 de setembro, defendendo a posse do salto das Sete Quedas. Em 14 de junho, a tréplica paraguaia. "O salto do Guairá não somente não está situado integralmente em território do Brasil, como o Paraguai tem direitos de soberania", disse Sapena Pastor.
Sete quedas
Na argumentação paraguaia, a linha de fronteira deveria seguir por um sub-ramal da Serra de Maracaju e terminar em frente ao Salto del Guairá (Salto Grande). Para os brasileiros, toda a Sete Quedas era do Brasil, cabendo aos paraguaios toda a parte seca. Levantamentos topográficos feitos pelas autoridades de Assunção indicavam um outro divisor fronteiriço. "Tivesse sido utilizado pelos demarcadores de 1872/74, faria com a que a linha divisória caísse em frente à extremidade sul da grande ilha existente no lago, o que daria incontestavelmente o condomínio ao Paraguai", ponderou Jobim.
O embaixador chegou a conclusão de que o país vizinho tinha direito sobre o "o potencial energético das águas comuns do rio Paraná". E sugeriu a solução. "O aproveitamento conjunto e em igualdade de condições, por parte do Brasil e do Paraguai, do potencial energético das águas comuns aos dois países, no trecho entre a foz do Iguaçu e o salto grande das Sete Quedas, farão desaparecer as cataratas, contribuindo para a solução do problema de limites." A idéia foi apropriada pelo ex-chanceler Mario Gibson Barbosa, que assinou o Tratado de Itaipu em 26 de abril de 1973. (CDS)
Tuesday, April 29, 2008
Clima
Ventos fortes em alto mar provocaram ressaca em várias praias do Rio de Janeiro. Somente na Zona Sul, bombeiros fizeram 96 operações de resgate
A orientação era para evitar o banho de mar. Mas muita gente enfrentou, ontem, as águas agitadas nas praias do Rio de Janeiro. A ressaca chegou à Praia do Leblon, na Zona Sul da cidade, com ondas de até 2m. Na Praia de Itaipu, em Niterói, as ondas chegaram a 2,5m de altura e deixaram o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros em estado de alerta. Somente na orla da Zona Sul, foram realizadas 96 operações de resgate de banhistas.
De acordo com o meteorologista André Madeira, do Climatempo, o mar agitado foi conseqüência de um ciclone extratropical em alto mar na Argentina. “Os ventos fortes provocaram ondas que avançaram sobre o oceano e chegaram ao litoral. A tendência amanhã (hoje) é de redução”, disse. A agitação do mar no Rio de Janeiro é normal entre maio e setembro, mas, segundo o meteorologista, a antecipação do fenômeno não chega a causar espanto. A previsão é de que, a partir de quarta-feira, na véspera do feriado, o mar volte a subir por causa de uma frente fria, que também provocará chuvas.
Na última quinta-feira, o tráfego de catamarãs entre Charitas (Niterói) e a Praça XV (Rio de Janeiro) foi proibido depois de um acidente envolvendo uma embarcação com 237 pessoas. A catamarã teve a porta da proa arrancada pelo mar revolto. Dezessete pessoas ficaram feridas. Entre elas, duas grávidas.
Folha de São Paulo Continua busca por padre balonista
Marinha afirma que 72 horas é o período no qual há mais chance de se encontrar um náufrago com vida; a busca oficial durou seis dias
DIMITRI DO VALLE
Mesmo com o fim oficial das buscas, decretado pela Marinha no final da tarde de anteontem, a procura pelo padre Adelir Antônio de Carli continua sendo feita por voluntários, no litoral de Santa Catarina, onde o religioso desapareceu.
A Marinha informou que realizou todos "os esforços possíveis" ao manter os trabalhos durante seis dias, acima de 72 horas, considerado o período com maior chance de se encontrar um náufrago com vida.
Mas equipes do Corpo de Bombeiros de Penha (129 km a norte de Florianópolis) e voluntários vasculham regiões de mata e do litoral próximo ao município, onde a família acredita que Carli possa estar perdido. Ele caiu no mar quando partiu de Paranaguá (90 km de Curitiba) para tentar voar preso a cerca de mil balões de festa.
Parentes saíram de Ampére (291 km de Curitiba), a cidade natal do padre, para acompanhar as buscas neste final de semana em Penha, onde foram localizados os primeiros restos de balões usados no vôo.
Enquanto Carli não for encontrado, a família não admite trabalhar com a hipótese de que o religioso morreu. "Até que ele não seja encontrado, para nós ele está vivo e esperando ser resgatado", disse a comerciante Elizabete de Carli, prima do religioso.
Elizabete declarou que a família tem "rezado para que [este domingo] seja o último dia de buscas". "Estamos rezando para que Deus ilumine os guias para o lugar certo."
Até o fechamento desta edição, o padre não havia sido encontrado.
O dono de uma escola de balonismo em Belo Horizonte, Lincoln Fernandez Freire, disse que o caso deve servir como alerta para as autoridades aéreas impedirem novas tentativas semelhantes a do padre.
Freire afirmou que o religioso, além de desconhecer como estavam as correntes de vento, ignorou o perigo de encontrar nuvens repletas de turbulência.
"Aeronaves de grande porte evitam passar por nuvens assim para não correr risco de danos na estrutura do avião. Imagina uma pessoa amarrada a balõezinhos de festa?", declarou o empresário, que tem 20 anos de prática de balonismo.
Jornal do Brasil
GILBERTO AMARAL
O arauto da Defesa /Ordem militar
O arauto da Defesa
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, terá hoje com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, hoje, e com o do Equador, Rafael Correa, na quarta-feira, com quem participará do vôo inaugural da linha entre Manaus e Quito. Nos dois encontros, Jobim pretende levar a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, já apresentada à Guiana e ao Suriname.
Ordem militar
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, foi condecorado com a Medalha do Mérito Militar, no grau de Oficial. A Ordem do Mérito Militar é a mais elevada distinção honorífica do Exército Brasileiro e destina-se a premiar personalidades militares e civis que tenham prestado notáveis serviços ao país e ao Exército.
O Estado de São Paulo
Ciclone em alto-mar na Argentina faz ondas chegaram a 2,5 metros no Rio
Pedro Dantas, RIO
No domingo de sol, nem o mar que voltou a ficar agitado e com ondas gigantes espantou os banhistas das praias do Rio. Na Praia de Itaipu, em Niterói, as ondas chegaram a 2,5 metros e deixaram o Corpo de Bombeiros em estado de alerta. Na orla da zona sul do Rio, as ondas também alcançaram 2 metros de altura. Conhecida por ser uma enseada de águas tranqüilas, a região teve ontem dois casos de salvamento com helicóptero.
Tanto é que poucos banhistas se arriscaram a entrar no mar por lá. No Leblon, as ondas também chegaram a 2 metros. De acordo com meteorologistas, o mar agitado foi conseqüência de um ciclone extratropical em alto-mar na Argentina.
Na semana passada, o fenômeno causou ressaca na orla do Rio e o mar invadiu a Baía de Guanabara, entre o Rio e Niterói, provocando acidentes. O tráfego de catamarãs teve de ser interrompido na região.
Segundo André Madeira, meteorologista do Climatempo, a partir de quarta-feira o mar voltará a subir por causa de uma frente fria.
Ele ainda diz que essas ressacas são normais entre maio e setembro e a antecipação do fenômeno não deve causar espanto.
O Estado de São Paulo
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Síria nega produção de armas atômicas
O presidente da Síria, Bashar Assad, negou ontem que a usina destruída por Israel em setembro de 2007 estivesse produzindo armas nucleares. A declaração, dada ao jornal Al-Watan, do Qatar, rebate as informações de um relatório divulgado pelo governo dos EUA de que a Síria havia construído um reator nuclear com ajuda da Coréia do Norte.
O Globo
COLUNA
Mãos à obra
George Vidor
Mesmo com as taxas de juros em alta, os investimentos já em andamento garantirão grande número de novos empregos se a mão-de-obra estiver preparada para aproveitá-los. O Estado do Rio resolveu correr contra o tempo, reestruturando os currículos de seus cursos profissionalizantes com base nas necessidades das empresas, e espera formar cem mil técnicos em 2009.
Alguns cursos já estão sintonizados com o mercado de trabalho. Dificilmente fica desempregado quem passa bem pelo centro de polímeros (voltado para a cadeia produtiva petroquímica) de Saracuruna, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Alexandre Cardoso, o ensino técnico deve ser montado em módulos, para que até aqueles que o abandonam no meio do caminho assegurem alguma formação. No caso de oficina mecânica, por exemplo, em um período de 90 dias o aluno teria formação em freios ABS, em outros 180 dias se aprofundaria em injeção eletrônica dos veículos, e assim por diante.
Esses programas de formação profissional têm de se preocupar ainda com as pessoas de pouca instrução que podem ser empregadas na construção civil, obedecendo peculiaridades locais. Para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Rocinha, concluiu-se que era melhor formar e contratar pedreiras do que pedreiros. Com obras dentro das casas, a escolha de pedreiras evita conflitos conjugais quando os maridos saem para trabalhar e deixam suas mulheres acompanhando o serviço.
O que alinhavará esses cursos é o ensino à distância, com base no acesso à internet por banda larga. O secretário garante que em agosto a banda larga sem fio, para uso público, chegará à Baixada Fluminense. Em junho, estará disponível na orla de Copacabana.
A confusão sobre a existência ou não de um gigantesco reservatório de petróleo na área chamada de Pão de Açúcar, na Bacia de Santos, ocorreu no momento em que o diretor geral da ANP (a agência reguladora do setor), Haroldo Lima, justificava sua posição sobre se seria conveniente mudar a legislação que rege hoje as concessões nessa área. Como ex-deputado, Haroldo Lima dizia que era contrário a se alterar a lei porque o Congresso, além de moroso na avaliação desses temas, poderia seguir por outro caminho que, em vez de ajudar, acabaria complicando o processo. Ele até se mostrou mais favorável ao regime de partilha de produção, mas frisou que "o avião já estava em pleno vôo" e agora seria preferível manter o modelo de concessões, aperfeiçoado para que as participações governamentais se beneficiem mais da alta dos preços do petróleo e do grande volume de reservas possivelmente existente na Bacia de Santos (e foi aí que o diretor citou os números que causaram o bafafá).
É curioso que ele tenha saído tão desgastado do episódio quando exatamente sua posição sobre o que fazer daqui para a frente deixou exultantes muitos especialistas que o assistiam, entre os quais seu antecessor na ANP, o embaixador Sebastião do Rego Barros. Como integrante da cúpula do PCdoB, Haroldo poderia estar entre os xiitas que preferiam ver o setor de petróleo completamente estatizado.
O diretor geral da ANP se declarou também favorável à conclusão da Oitava Rodada de Licitações, de 2006, que ficou no meio do caminho por causa de disputas judiciais. Segundo ele, alguns blocos licitados ou a licitar estão apenas na "franja" do pré-sal e, portanto, nem chegam a ser objeto da discussão sobre o que acontecerá com os futuros investimentos nessa área promissora.
Alguns dias depois da controvérsia, a diretora da Petrobras Graça Foster defendeu a continuidade das rodadas de licitações - costumava-se dizer que a Petrobras estaria contra esse modelo.
Pena que todas essas declarações se perderam no noticiário.
Os bancos garantem que, depois dessa crise financeira lá fora, o spread que cobram nos financiamentos para empresas no Brasil está agora bem próximo dos que vigoram no mercado internacional. O spread é a diferença entre o custo de captação dos recursos e a taxa de juros que o sistema financeiro cobra para emprestar.
Os juros nominais aqui continuam bem acima das taxas no exterior porque também o rendimento oferecido no Brasil aos investidores é bem mais alto do que o existente no mercado internacional. Mas para as pessoas físicas a situação não mudou muito: os spreads bancários permanecem estratosféricos.
A Aliança de Navegação, do grupo Hamburg Süd, está negociando com os estaleiros de German Efromovitch a construção de navios no Brasil. Além da necessidade de renovar sua frota, a encomenda de navios a estaleiros no Brasil é que possibilita ao armador alugar (afretar, no jargão técnico) temporariamente embarcações no exterior.
A venda da companhia para a Cosan foi a solução que mais agradou a dirigentes e empregados da Esso no Brasil, pois eles esperam que a espinha dorsal da empresa seja preservada, o que provavelmente não aconteceria se o comprador fosse a Petrobras.
O Globo
Ressaca leva bombeiros a resgatar 119 do mar
Ondas de sudeste tinham a mesma direção das que assustaram na semana passada, mas intensidade foi menor
Eduardo Maia e Rafael Galdo
Uma nova ressaca alterou a paisagem da orla neste fim de semana. Apesar do sol e do céu azul, não foram muitos os que se arriscaram a entrar na água nas praias do Rio. Mesmo assim, com as ondas de até 2,5 metros, o Grupamento Marítimo (G-Mar) do Corpo de Bombeiros registrou 119 socorros no mar, com seis chamados de resgate por helicóptero apenas na Barra.
De acordo com o Centro de Hidrografia da Marinha, a ressaca na direção sul-sudeste era do mesmo tipo da que, na quinta-feira passada, quase afundou um catamarã da linha Charitas-Praça Quinze. Desta vez, no entanto, a intensidade foi menor, e as grandes ondas não afetaram a Baía de Guanabara, onde acontecia até uma regata de vela. O centro, porém, emitiu um alerta de ressaca para todo o estado válido até as 9h de hoje, quando a tendência é que as condições do mar comecem a voltar ao normal.
Ainda segundo a Marinha, as ressacas da última quinta-feira e de ontem foram conseqüência de uma mesma frente fria, que se deslocou lentamente pelo litoral do estado, mas que já está se dissipando. O Rio e parte de São Paulo sofrem influência agora de um centro de alta pressão que deve fazer com que o tempo se firme nos próximos dias, sem mar agitado.
Ondas e forte correnteza também em Niterói
Do outro lado da Baía de Guanabara, enquanto praias como Icaraí e Flexas tinham apenas marolas, nas da Região Oceânica as ondas também chegaram a dois metros e meio ontem. Em Itacoatiara, nem os surfistas se arriscaram muito.
- Literalmente, só dava para tomar banho de espuma, na beirinha da praia. E mesmo assim com cuidado, porque o mar estava puxando muito. Se entrasse, só voltava com o socorro dos salva-vidas - disse a psicóloga Fernanda Cavour.
Pouco antes de ela molhar os pés no mar, três jovens haviam escorregado de um lugar conhecido como Pedra do Pampo, também em Itacoatiara, e tiveram que ser salvas de helicóptero pelos bombeiros. Apesar do alto número de resgates, a Marinha não registrou acidentes na orla do estado, como na semana passada.
Para Victor D'ávila, professor de oceanografia física do Departamento de Oceanografia e Hidrologia da Uerj, incidentes como o do catamarã na Baía de Guanabara devem se tornar mais freqüentes com o aumento do tráfego marítimo na região.
- As ressacas são comuns e, quanto mais embarcações, mais riscos de acidentes.
Valor Econômico
Italianos e russos disputam venda de helicópteros à FAB
Paulo de Tarso Lyra e Patrícia Nakamura
A italiana Agusta e a russa Rosoboronexport estão na fase final da disputa pelo fornecimento de até 12 helicópteros militares de ataque para a Força Aérea Brasileira (FAB). O processo de compra, iniciado em outubro, tem um investimento estimado pelo mercado de até US$ 500 milhões, entre a aquisição de aeronaves de ataque e de transporte.
O processo de compra dos equipamentos de ataque poderá ter seu desfecho nas próximas semanas, de acordo com fontes ouvidas pelo Valor. Porém, há quem acredite que o anúncio do fabricante vencedor seja adiado para setembro, quando deverá ser anunciado o Plano Nacional de Defesa, que prevê uma série de medidas para o fortalecimento da indústria brasileira de material militar e a ampliação das funções das Forças Armadas.
A FAB está realizando as análises financeira e técnica das duas ofertas, e vai eleger qual equipamento se encaixa melhor às necessidades brasileiras. Os modelos são o MI 35, da Rosoboronexport, e o AW-109, da Agusta. As americanas Bell e Sikorsky e a francesa Eurocopter também apresentaram propostas, que foram descartadas. O Ministério da Defesa e o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) foram procurados. Ambos confirmaram que há um processo de compra de helicópteros militares de ataque, mas não forneceram informações sobre os participantes, volume de recursos envolvidos e a quantidade de aeronaves nos planos da FAB.
Nos bastidores, há uma negociação da fabricante brasileira de helicópteros Helibras que pode interferir no processo de compra da FAB. Sediada em Itajubá (MG) e controlada pela Eurocopter, a Helibras ofereceu ao governo a instalação de uma nova linha de montagem, destinada ao modelo de helicóptero de transporte Super Cougar. Com isso, o processo de compra de um pacote de 20 aeronaves de transporte foi suspenso. Para que este projeto saia do papel, porém, será necessário que o governo brasileiro se comprometa a comprar pelo menos 50 unidades do Super Cougar, avaliado entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, conforme a configuração.
A Helibras passa por mudanças importantes, que podem estruturar a empresa para produzir os helicópteros militares. Fundada há três décadas, a empresa tem três acionistas: o governo de Minas Gerais - por intermédio da MGI Participações, com 25% do capital votante; a Eurocopter (uma subsidiária da EADS, controladora da Airbus), com 45%; e o grupo Bueninvest, com os 30% restantes. Segundo uma fonte, a Bueninvest deverá encerrar sua participação na empresa. Se um novo grupo de investidores não entrar no processo, não está descartada a possibilidade da Eurocopter e o governo mineiro comprarem a parte da Bueninvest, dividindo meio a meio as ações.
A intenção é oficializar o projeto em junho. Uma reunião na sede da Eurocopter, na França, será realizada nos próximos dias para discutir o andamento do projeto e, em menos de um mês, deverá definir se vai ou não dar prosseguimento à fabrica.
Duas reuniões já foram realizadas no Palácio do Planalto para discutir a produção do helicóptero de transporte. Embora a fábrica de helicópteros seja uma idéia que veio do mandato anterior, quando Luiz Fernando Furlan ainda estava à frente do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, as conversas começaram a ganhar corpo quando Jorge Viana, ex-governador petista do Acre, assumiu a presidência do conselho da Helibras. A primeira reunião aconteceu em setembro do ano passado e a segunda, mais decisiva, foi realizada em fevereiro desse ano. Além de Jorge Viana, estiveram reunidos com o presidente Lula o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, além de representantes do Banco Geral da França.
Ventos fortes em alto mar provocaram ressaca em várias praias do Rio de Janeiro. Somente na Zona Sul, bombeiros fizeram 96 operações de resgate
A orientação era para evitar o banho de mar. Mas muita gente enfrentou, ontem, as águas agitadas nas praias do Rio de Janeiro. A ressaca chegou à Praia do Leblon, na Zona Sul da cidade, com ondas de até 2m. Na Praia de Itaipu, em Niterói, as ondas chegaram a 2,5m de altura e deixaram o Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros em estado de alerta. Somente na orla da Zona Sul, foram realizadas 96 operações de resgate de banhistas.
De acordo com o meteorologista André Madeira, do Climatempo, o mar agitado foi conseqüência de um ciclone extratropical em alto mar na Argentina. “Os ventos fortes provocaram ondas que avançaram sobre o oceano e chegaram ao litoral. A tendência amanhã (hoje) é de redução”, disse. A agitação do mar no Rio de Janeiro é normal entre maio e setembro, mas, segundo o meteorologista, a antecipação do fenômeno não chega a causar espanto. A previsão é de que, a partir de quarta-feira, na véspera do feriado, o mar volte a subir por causa de uma frente fria, que também provocará chuvas.
Na última quinta-feira, o tráfego de catamarãs entre Charitas (Niterói) e a Praça XV (Rio de Janeiro) foi proibido depois de um acidente envolvendo uma embarcação com 237 pessoas. A catamarã teve a porta da proa arrancada pelo mar revolto. Dezessete pessoas ficaram feridas. Entre elas, duas grávidas.
Folha de São Paulo Continua busca por padre balonista
Marinha afirma que 72 horas é o período no qual há mais chance de se encontrar um náufrago com vida; a busca oficial durou seis dias
DIMITRI DO VALLE
Mesmo com o fim oficial das buscas, decretado pela Marinha no final da tarde de anteontem, a procura pelo padre Adelir Antônio de Carli continua sendo feita por voluntários, no litoral de Santa Catarina, onde o religioso desapareceu.
A Marinha informou que realizou todos "os esforços possíveis" ao manter os trabalhos durante seis dias, acima de 72 horas, considerado o período com maior chance de se encontrar um náufrago com vida.
Mas equipes do Corpo de Bombeiros de Penha (129 km a norte de Florianópolis) e voluntários vasculham regiões de mata e do litoral próximo ao município, onde a família acredita que Carli possa estar perdido. Ele caiu no mar quando partiu de Paranaguá (90 km de Curitiba) para tentar voar preso a cerca de mil balões de festa.
Parentes saíram de Ampére (291 km de Curitiba), a cidade natal do padre, para acompanhar as buscas neste final de semana em Penha, onde foram localizados os primeiros restos de balões usados no vôo.
Enquanto Carli não for encontrado, a família não admite trabalhar com a hipótese de que o religioso morreu. "Até que ele não seja encontrado, para nós ele está vivo e esperando ser resgatado", disse a comerciante Elizabete de Carli, prima do religioso.
Elizabete declarou que a família tem "rezado para que [este domingo] seja o último dia de buscas". "Estamos rezando para que Deus ilumine os guias para o lugar certo."
Até o fechamento desta edição, o padre não havia sido encontrado.
O dono de uma escola de balonismo em Belo Horizonte, Lincoln Fernandez Freire, disse que o caso deve servir como alerta para as autoridades aéreas impedirem novas tentativas semelhantes a do padre.
Freire afirmou que o religioso, além de desconhecer como estavam as correntes de vento, ignorou o perigo de encontrar nuvens repletas de turbulência.
"Aeronaves de grande porte evitam passar por nuvens assim para não correr risco de danos na estrutura do avião. Imagina uma pessoa amarrada a balõezinhos de festa?", declarou o empresário, que tem 20 anos de prática de balonismo.
Jornal do Brasil
GILBERTO AMARAL
O arauto da Defesa /Ordem militar
O arauto da Defesa
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, terá hoje com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, hoje, e com o do Equador, Rafael Correa, na quarta-feira, com quem participará do vôo inaugural da linha entre Manaus e Quito. Nos dois encontros, Jobim pretende levar a proposta de criação do Conselho Sul-Americano de Defesa, já apresentada à Guiana e ao Suriname.
Ordem militar
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, foi condecorado com a Medalha do Mérito Militar, no grau de Oficial. A Ordem do Mérito Militar é a mais elevada distinção honorífica do Exército Brasileiro e destina-se a premiar personalidades militares e civis que tenham prestado notáveis serviços ao país e ao Exército.
O Estado de São Paulo
Ciclone em alto-mar na Argentina faz ondas chegaram a 2,5 metros no Rio
Pedro Dantas, RIO
No domingo de sol, nem o mar que voltou a ficar agitado e com ondas gigantes espantou os banhistas das praias do Rio. Na Praia de Itaipu, em Niterói, as ondas chegaram a 2,5 metros e deixaram o Corpo de Bombeiros em estado de alerta. Na orla da zona sul do Rio, as ondas também alcançaram 2 metros de altura. Conhecida por ser uma enseada de águas tranqüilas, a região teve ontem dois casos de salvamento com helicóptero.
Tanto é que poucos banhistas se arriscaram a entrar no mar por lá. No Leblon, as ondas também chegaram a 2 metros. De acordo com meteorologistas, o mar agitado foi conseqüência de um ciclone extratropical em alto-mar na Argentina.
Na semana passada, o fenômeno causou ressaca na orla do Rio e o mar invadiu a Baía de Guanabara, entre o Rio e Niterói, provocando acidentes. O tráfego de catamarãs teve de ser interrompido na região.
Segundo André Madeira, meteorologista do Climatempo, a partir de quarta-feira o mar voltará a subir por causa de uma frente fria.
Ele ainda diz que essas ressacas são normais entre maio e setembro e a antecipação do fenômeno não deve causar espanto.
O Estado de São Paulo
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Síria nega produção de armas atômicas
O presidente da Síria, Bashar Assad, negou ontem que a usina destruída por Israel em setembro de 2007 estivesse produzindo armas nucleares. A declaração, dada ao jornal Al-Watan, do Qatar, rebate as informações de um relatório divulgado pelo governo dos EUA de que a Síria havia construído um reator nuclear com ajuda da Coréia do Norte.
O Globo
COLUNA
Mãos à obra
George Vidor
Mesmo com as taxas de juros em alta, os investimentos já em andamento garantirão grande número de novos empregos se a mão-de-obra estiver preparada para aproveitá-los. O Estado do Rio resolveu correr contra o tempo, reestruturando os currículos de seus cursos profissionalizantes com base nas necessidades das empresas, e espera formar cem mil técnicos em 2009.
Alguns cursos já estão sintonizados com o mercado de trabalho. Dificilmente fica desempregado quem passa bem pelo centro de polímeros (voltado para a cadeia produtiva petroquímica) de Saracuruna, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Alexandre Cardoso, o ensino técnico deve ser montado em módulos, para que até aqueles que o abandonam no meio do caminho assegurem alguma formação. No caso de oficina mecânica, por exemplo, em um período de 90 dias o aluno teria formação em freios ABS, em outros 180 dias se aprofundaria em injeção eletrônica dos veículos, e assim por diante.
Esses programas de formação profissional têm de se preocupar ainda com as pessoas de pouca instrução que podem ser empregadas na construção civil, obedecendo peculiaridades locais. Para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Rocinha, concluiu-se que era melhor formar e contratar pedreiras do que pedreiros. Com obras dentro das casas, a escolha de pedreiras evita conflitos conjugais quando os maridos saem para trabalhar e deixam suas mulheres acompanhando o serviço.
O que alinhavará esses cursos é o ensino à distância, com base no acesso à internet por banda larga. O secretário garante que em agosto a banda larga sem fio, para uso público, chegará à Baixada Fluminense. Em junho, estará disponível na orla de Copacabana.
A confusão sobre a existência ou não de um gigantesco reservatório de petróleo na área chamada de Pão de Açúcar, na Bacia de Santos, ocorreu no momento em que o diretor geral da ANP (a agência reguladora do setor), Haroldo Lima, justificava sua posição sobre se seria conveniente mudar a legislação que rege hoje as concessões nessa área. Como ex-deputado, Haroldo Lima dizia que era contrário a se alterar a lei porque o Congresso, além de moroso na avaliação desses temas, poderia seguir por outro caminho que, em vez de ajudar, acabaria complicando o processo. Ele até se mostrou mais favorável ao regime de partilha de produção, mas frisou que "o avião já estava em pleno vôo" e agora seria preferível manter o modelo de concessões, aperfeiçoado para que as participações governamentais se beneficiem mais da alta dos preços do petróleo e do grande volume de reservas possivelmente existente na Bacia de Santos (e foi aí que o diretor citou os números que causaram o bafafá).
É curioso que ele tenha saído tão desgastado do episódio quando exatamente sua posição sobre o que fazer daqui para a frente deixou exultantes muitos especialistas que o assistiam, entre os quais seu antecessor na ANP, o embaixador Sebastião do Rego Barros. Como integrante da cúpula do PCdoB, Haroldo poderia estar entre os xiitas que preferiam ver o setor de petróleo completamente estatizado.
O diretor geral da ANP se declarou também favorável à conclusão da Oitava Rodada de Licitações, de 2006, que ficou no meio do caminho por causa de disputas judiciais. Segundo ele, alguns blocos licitados ou a licitar estão apenas na "franja" do pré-sal e, portanto, nem chegam a ser objeto da discussão sobre o que acontecerá com os futuros investimentos nessa área promissora.
Alguns dias depois da controvérsia, a diretora da Petrobras Graça Foster defendeu a continuidade das rodadas de licitações - costumava-se dizer que a Petrobras estaria contra esse modelo.
Pena que todas essas declarações se perderam no noticiário.
Os bancos garantem que, depois dessa crise financeira lá fora, o spread que cobram nos financiamentos para empresas no Brasil está agora bem próximo dos que vigoram no mercado internacional. O spread é a diferença entre o custo de captação dos recursos e a taxa de juros que o sistema financeiro cobra para emprestar.
Os juros nominais aqui continuam bem acima das taxas no exterior porque também o rendimento oferecido no Brasil aos investidores é bem mais alto do que o existente no mercado internacional. Mas para as pessoas físicas a situação não mudou muito: os spreads bancários permanecem estratosféricos.
A Aliança de Navegação, do grupo Hamburg Süd, está negociando com os estaleiros de German Efromovitch a construção de navios no Brasil. Além da necessidade de renovar sua frota, a encomenda de navios a estaleiros no Brasil é que possibilita ao armador alugar (afretar, no jargão técnico) temporariamente embarcações no exterior.
A venda da companhia para a Cosan foi a solução que mais agradou a dirigentes e empregados da Esso no Brasil, pois eles esperam que a espinha dorsal da empresa seja preservada, o que provavelmente não aconteceria se o comprador fosse a Petrobras.
O Globo
Ressaca leva bombeiros a resgatar 119 do mar
Ondas de sudeste tinham a mesma direção das que assustaram na semana passada, mas intensidade foi menor
Eduardo Maia e Rafael Galdo
Uma nova ressaca alterou a paisagem da orla neste fim de semana. Apesar do sol e do céu azul, não foram muitos os que se arriscaram a entrar na água nas praias do Rio. Mesmo assim, com as ondas de até 2,5 metros, o Grupamento Marítimo (G-Mar) do Corpo de Bombeiros registrou 119 socorros no mar, com seis chamados de resgate por helicóptero apenas na Barra.
De acordo com o Centro de Hidrografia da Marinha, a ressaca na direção sul-sudeste era do mesmo tipo da que, na quinta-feira passada, quase afundou um catamarã da linha Charitas-Praça Quinze. Desta vez, no entanto, a intensidade foi menor, e as grandes ondas não afetaram a Baía de Guanabara, onde acontecia até uma regata de vela. O centro, porém, emitiu um alerta de ressaca para todo o estado válido até as 9h de hoje, quando a tendência é que as condições do mar comecem a voltar ao normal.
Ainda segundo a Marinha, as ressacas da última quinta-feira e de ontem foram conseqüência de uma mesma frente fria, que se deslocou lentamente pelo litoral do estado, mas que já está se dissipando. O Rio e parte de São Paulo sofrem influência agora de um centro de alta pressão que deve fazer com que o tempo se firme nos próximos dias, sem mar agitado.
Ondas e forte correnteza também em Niterói
Do outro lado da Baía de Guanabara, enquanto praias como Icaraí e Flexas tinham apenas marolas, nas da Região Oceânica as ondas também chegaram a dois metros e meio ontem. Em Itacoatiara, nem os surfistas se arriscaram muito.
- Literalmente, só dava para tomar banho de espuma, na beirinha da praia. E mesmo assim com cuidado, porque o mar estava puxando muito. Se entrasse, só voltava com o socorro dos salva-vidas - disse a psicóloga Fernanda Cavour.
Pouco antes de ela molhar os pés no mar, três jovens haviam escorregado de um lugar conhecido como Pedra do Pampo, também em Itacoatiara, e tiveram que ser salvas de helicóptero pelos bombeiros. Apesar do alto número de resgates, a Marinha não registrou acidentes na orla do estado, como na semana passada.
Para Victor D'ávila, professor de oceanografia física do Departamento de Oceanografia e Hidrologia da Uerj, incidentes como o do catamarã na Baía de Guanabara devem se tornar mais freqüentes com o aumento do tráfego marítimo na região.
- As ressacas são comuns e, quanto mais embarcações, mais riscos de acidentes.
Valor Econômico
Italianos e russos disputam venda de helicópteros à FAB
Paulo de Tarso Lyra e Patrícia Nakamura
A italiana Agusta e a russa Rosoboronexport estão na fase final da disputa pelo fornecimento de até 12 helicópteros militares de ataque para a Força Aérea Brasileira (FAB). O processo de compra, iniciado em outubro, tem um investimento estimado pelo mercado de até US$ 500 milhões, entre a aquisição de aeronaves de ataque e de transporte.
O processo de compra dos equipamentos de ataque poderá ter seu desfecho nas próximas semanas, de acordo com fontes ouvidas pelo Valor. Porém, há quem acredite que o anúncio do fabricante vencedor seja adiado para setembro, quando deverá ser anunciado o Plano Nacional de Defesa, que prevê uma série de medidas para o fortalecimento da indústria brasileira de material militar e a ampliação das funções das Forças Armadas.
A FAB está realizando as análises financeira e técnica das duas ofertas, e vai eleger qual equipamento se encaixa melhor às necessidades brasileiras. Os modelos são o MI 35, da Rosoboronexport, e o AW-109, da Agusta. As americanas Bell e Sikorsky e a francesa Eurocopter também apresentaram propostas, que foram descartadas. O Ministério da Defesa e o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) foram procurados. Ambos confirmaram que há um processo de compra de helicópteros militares de ataque, mas não forneceram informações sobre os participantes, volume de recursos envolvidos e a quantidade de aeronaves nos planos da FAB.
Nos bastidores, há uma negociação da fabricante brasileira de helicópteros Helibras que pode interferir no processo de compra da FAB. Sediada em Itajubá (MG) e controlada pela Eurocopter, a Helibras ofereceu ao governo a instalação de uma nova linha de montagem, destinada ao modelo de helicóptero de transporte Super Cougar. Com isso, o processo de compra de um pacote de 20 aeronaves de transporte foi suspenso. Para que este projeto saia do papel, porém, será necessário que o governo brasileiro se comprometa a comprar pelo menos 50 unidades do Super Cougar, avaliado entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões, conforme a configuração.
A Helibras passa por mudanças importantes, que podem estruturar a empresa para produzir os helicópteros militares. Fundada há três décadas, a empresa tem três acionistas: o governo de Minas Gerais - por intermédio da MGI Participações, com 25% do capital votante; a Eurocopter (uma subsidiária da EADS, controladora da Airbus), com 45%; e o grupo Bueninvest, com os 30% restantes. Segundo uma fonte, a Bueninvest deverá encerrar sua participação na empresa. Se um novo grupo de investidores não entrar no processo, não está descartada a possibilidade da Eurocopter e o governo mineiro comprarem a parte da Bueninvest, dividindo meio a meio as ações.
A intenção é oficializar o projeto em junho. Uma reunião na sede da Eurocopter, na França, será realizada nos próximos dias para discutir o andamento do projeto e, em menos de um mês, deverá definir se vai ou não dar prosseguimento à fabrica.
Duas reuniões já foram realizadas no Palácio do Planalto para discutir a produção do helicóptero de transporte. Embora a fábrica de helicópteros seja uma idéia que veio do mandato anterior, quando Luiz Fernando Furlan ainda estava à frente do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, as conversas começaram a ganhar corpo quando Jorge Viana, ex-governador petista do Acre, assumiu a presidência do conselho da Helibras. A primeira reunião aconteceu em setembro do ano passado e a segunda, mais decisiva, foi realizada em fevereiro desse ano. Além de Jorge Viana, estiveram reunidos com o presidente Lula o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, além de representantes do Banco Geral da França.
Wednesday, April 23, 2008
O Globo Padre que usou balões para desafiar os céus continua desaparecido
Adelir de Carli levou dois celulares e aparelho de GPS, que não sabia usar
Ana Paula de Carvalho
CURITIBA. A Marinha localizou ontem no mar, 50 quilômetros a leste de Florianópolis, os balões de gás que foram usados em um vôo pelo padre Adelir de Carli, que está desaparecido desde o último domingo. O padre tentou realizar um vôo inusitado com uma cadeira de parapente amarrada a cerca de mil balões de festa enchidos com gás hélio. Ele viajou com roupa térmica, levou dois celulares e um aparelho GPS (localizador por satélite), que não sabia utilizar.
Os balões de gás foram encontrados em alto-mar por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O capitão Alexandre Lopes, da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul (SC), informou que um navio foi destacado para averiguar o local. Há a expectativa de encontrar a cadeira onde o padre estava sentado:
- O navio da Marinha localizou apenas os balões e as buscas prosseguem.
O padre partiu às 13h de domingo de Paranaguá, no litoral paranaense, mesmo com chuva e mau tempo. Ele pretendia ir para Dourados (MS), mas os ventos fortes o levaram para o lado oposto, para o litoral de Santa Catarina. Às 14h45m, os balões já haviam atingido 5.800 metros, o dobro para aquele ponto da viagem. O último contato do padre foi às 21h de domingo, quando ele avisou que estava pousando no mar, a cerca de cinco quilômetros da costa de São Francisco do Sul.
- Nesta terça, também foram encontrados balões a 35 quilômetros de Porto Belo (Santa Catarina). A Marinha e a Força Aérea agora concentram as buscas em alto-mar - disse o capitão Nelson Coelho, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina.
Na busca pelo padre, estão sendo mobilizados quatro navios e um helicóptero que pertencem à Marinha e um avião da FAB. Marcos de Carli, irmão do padre, que acompanha as buscas, mantém esperanças de que seu irmão seja resgatado vivo:
- Nossa esperança é encontrá-lo em alguma ilha, porque no mar não achamos nada.
O padre Adelir, que dizia ter experiência em pára-quedismo, anunciou a realização do vôo para divulgar a Pastoral Rodoviária e levantar recursos para as obras voltadas aos caminhoneiros do Paraná.
Essa não foi a primeira vez que o padre desafiou os céus. Ele levantou vôo com 500 balões em janeiro deste ano, em Ampere, no sudoeste paranaense. Ele atingiu 5.337 metros e desceu quatro horas depois, a 110 quilômetros dali, em San Antonio, na Argentina. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete, com o qual furou e soltou parte dos balões.
Os fiéis da Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá, estão fazendo vigília na igreja até que o religioso seja encontrado.
O Globo Um novo mundo
Merval Pereira
MADRI, Espanha. Seja quem for o futuro presidente dos Estados Unidos, terá que governar num mundo em que as relações internacionais serão definidas pela não-polarização, ao contrário da unipolaridade que marcou os últimos anos do século XX e os primeiros deste século, especialmente depois que desapareceu a União Soviética. A tese, defendida em artigo do ultimo número da revista "Foreign Affairs", é do diplomata Richard N. Haass, presidente do Council on Foreign Relations - que edita a revista -, uma entidade não-partidária com sede em Nova York, considerada a mais influente em matéria de relações internacionais nos Estados Unidos.
Para ele, o momento unipolar dos Estados Unidos está superado e o século XXI será marcado por um poder mais difuso que concentrado, e a influência dos Estados-nação declinará em função do aumento da influência de atores não-estatais. O mundo será dominado por dezenas de atores possuindo e exercendo poderes de diversas maneiras, inúmeros centros com poderes específicos importantes.
Haass destaca que os Estados-nação estão sendo desafiados por todos os lados, por organizações regionais e globais, por milícias e por uma variedade enorme de organizações não-governamentais (ONGs) e corporações. Além disso, ele lembra que, fora as seis potências mundiais, há numerosas potências regionais, sendo que na América Latina a única potência indiscutível é o Brasil.
Richard Haass cita ainda alguns estados dentro de países, como a Califórnia nos Estados Unidos, Uttar Pradesh na Índia; e cidades como Nova York, São Paulo e Xangai, que estarão entre os atores importantes deste século.
Ao mesmo tempo, em livro lançado recentemente, o professor canadense Richard Florida, criador da expressão "classes criativas", para definir os grupos que têm influência na sociedade moderna, diz que o saber da atualidade está reunido em 40 megalópoles do planeta, que concentrariam os avanços tecnológicos e o desenvolvimento cultural do mundo moderno. Entre elas, está a megalópole RioPaulo, que reuniria as duas cidades brasileiras mais importantes.
Este artigo da "Foreign Affairs", embora não se dedique especificamente ao Brasil, mas sim ao papel dos Estados Unidos num mundo não-polarizado, é mais um de uma série, depois do editorial do "El País" da semana passada que nos aponta como uma futura potência mundial, e da revista inglesa "The Economist".
A potencialidade do Brasil como um poder global nunca esteve tão em evidência, graças aos bons ventos da economia e ao anúncio precipitado do novo campo de petróleo em águas ultraprofundas, que nos colocaria entre os dez maiores produtores do mundo nos próximos anos.
O fato é que o mundo debate a questão da energia como instrumento político que está dando a países emergentes poder de protagonistas da cena internacional. A idéia de que a América do Sul tem reservas de petróleo e gás para ser parceira internacional importante no equilíbrio do mercado mundial vai ganhando força, num momento em que a energia tem relevância sobretudo política, haja vista a discussão sobre os biocombustíveis e o preço dos alimentos.
Por seu pioneirismo na nova tecnologia, e por suas vantagens comparativas, como amplidão territorial e clima, e por ter das maiores reservas de água do mundo, o Brasil está no centro do debate internacional.
A perspectiva de que o mundo se torne cada vez menos unipolar, dando espaço para novos atores globais, também aumenta a possibilidade de que os países que formam o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) assumam cada vez mais poder nas decisões internacionais, assim como a África do Sul; Egito, Irã, Israel e Arábia Saudita, no Oriente Médio; Paquistão, no Sul da Ásia; Austrália, Indonésia e Coréia do Sul, na Ásia e Oceania, segundo a análise de Richard Haass na "Foreign Affairs".
Ele lista também organizações globais, como o FMI ou a ONU; regionais, como Liga Árabe ou a OEA e as "funcionais", como a OPEP ou a Organização Mundial da Saúde. E cita empresas globais que dominam setores vitais como a energia ou as finanças; empresas globais de mídia, como a CNN ou a Al Jazeera; as milícias, como o Hamas ou o Talibã; partidos políticos, instituições religiosas ou mesmo organizações terroristas como a Al-Qaeda.
Toda essa relação de atores Richard Haass usa para mostrar que existem mais centros de poder, e os Estados-nação não são a maioria deles. Ele defende que o multilateralismo será essencial nesse novo mundo que já existe, e, por isso, tanto o Conselho de Segurança da ONU quanto o G-8, grupo que reúne os países mais industrializados, precisam ser reconstituídos para refletir o mundo de hoje, e não o pós-Segunda Guerra Mundial.
Nesse novo modelo de mundo, será crescentemente difícil conseguir acordos genéricos, e os Estados Unidos, segundo Haass, terão que se limitar a objetivos mais modestos e firmar acordos parciais.
Ele prevê que o comércio terá importância fundamental nessa nova configuração, e pode ser um instrumento importante para a integração entre as nações, dando aos países condições de melhorar suas situações internas de saúde, evitando conflitos e facilitando o desenvolvimento.
O papel dos Estados Unidos será conduzir as negociações na Organização Mundial do Comércio para reduzir subsídios e barreiras ao livre comércio. O mesmo poderia ser feito com relação ao clima e com acordos em aspectos específicos, como devastação de florestas, ou arranjos entre alguns países, como os maiores emissores de carbono, por exemplo, em vez de tentar um acordo internacional que resolva todos os problemas.
Seria o que Richard N. Haass, presidente do Council of Foreign Relations, classifica de "multilateralismo à la carte", um novo mundo sem hegemonias, que o futuro presidente dos Estados Unidos terá que saber partilhar com outros atores. E no qual o Brasil terá papel cada vez mais relevante.
Adelir de Carli levou dois celulares e aparelho de GPS, que não sabia usar
Ana Paula de Carvalho
CURITIBA. A Marinha localizou ontem no mar, 50 quilômetros a leste de Florianópolis, os balões de gás que foram usados em um vôo pelo padre Adelir de Carli, que está desaparecido desde o último domingo. O padre tentou realizar um vôo inusitado com uma cadeira de parapente amarrada a cerca de mil balões de festa enchidos com gás hélio. Ele viajou com roupa térmica, levou dois celulares e um aparelho GPS (localizador por satélite), que não sabia utilizar.
Os balões de gás foram encontrados em alto-mar por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O capitão Alexandre Lopes, da Capitania dos Portos de São Francisco do Sul (SC), informou que um navio foi destacado para averiguar o local. Há a expectativa de encontrar a cadeira onde o padre estava sentado:
- O navio da Marinha localizou apenas os balões e as buscas prosseguem.
O padre partiu às 13h de domingo de Paranaguá, no litoral paranaense, mesmo com chuva e mau tempo. Ele pretendia ir para Dourados (MS), mas os ventos fortes o levaram para o lado oposto, para o litoral de Santa Catarina. Às 14h45m, os balões já haviam atingido 5.800 metros, o dobro para aquele ponto da viagem. O último contato do padre foi às 21h de domingo, quando ele avisou que estava pousando no mar, a cerca de cinco quilômetros da costa de São Francisco do Sul.
- Nesta terça, também foram encontrados balões a 35 quilômetros de Porto Belo (Santa Catarina). A Marinha e a Força Aérea agora concentram as buscas em alto-mar - disse o capitão Nelson Coelho, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar de Santa Catarina.
Na busca pelo padre, estão sendo mobilizados quatro navios e um helicóptero que pertencem à Marinha e um avião da FAB. Marcos de Carli, irmão do padre, que acompanha as buscas, mantém esperanças de que seu irmão seja resgatado vivo:
- Nossa esperança é encontrá-lo em alguma ilha, porque no mar não achamos nada.
O padre Adelir, que dizia ter experiência em pára-quedismo, anunciou a realização do vôo para divulgar a Pastoral Rodoviária e levantar recursos para as obras voltadas aos caminhoneiros do Paraná.
Essa não foi a primeira vez que o padre desafiou os céus. Ele levantou vôo com 500 balões em janeiro deste ano, em Ampere, no sudoeste paranaense. Ele atingiu 5.337 metros e desceu quatro horas depois, a 110 quilômetros dali, em San Antonio, na Argentina. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete, com o qual furou e soltou parte dos balões.
Os fiéis da Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá, estão fazendo vigília na igreja até que o religioso seja encontrado.
O Globo Um novo mundo
Merval Pereira
MADRI, Espanha. Seja quem for o futuro presidente dos Estados Unidos, terá que governar num mundo em que as relações internacionais serão definidas pela não-polarização, ao contrário da unipolaridade que marcou os últimos anos do século XX e os primeiros deste século, especialmente depois que desapareceu a União Soviética. A tese, defendida em artigo do ultimo número da revista "Foreign Affairs", é do diplomata Richard N. Haass, presidente do Council on Foreign Relations - que edita a revista -, uma entidade não-partidária com sede em Nova York, considerada a mais influente em matéria de relações internacionais nos Estados Unidos.
Para ele, o momento unipolar dos Estados Unidos está superado e o século XXI será marcado por um poder mais difuso que concentrado, e a influência dos Estados-nação declinará em função do aumento da influência de atores não-estatais. O mundo será dominado por dezenas de atores possuindo e exercendo poderes de diversas maneiras, inúmeros centros com poderes específicos importantes.
Haass destaca que os Estados-nação estão sendo desafiados por todos os lados, por organizações regionais e globais, por milícias e por uma variedade enorme de organizações não-governamentais (ONGs) e corporações. Além disso, ele lembra que, fora as seis potências mundiais, há numerosas potências regionais, sendo que na América Latina a única potência indiscutível é o Brasil.
Richard Haass cita ainda alguns estados dentro de países, como a Califórnia nos Estados Unidos, Uttar Pradesh na Índia; e cidades como Nova York, São Paulo e Xangai, que estarão entre os atores importantes deste século.
Ao mesmo tempo, em livro lançado recentemente, o professor canadense Richard Florida, criador da expressão "classes criativas", para definir os grupos que têm influência na sociedade moderna, diz que o saber da atualidade está reunido em 40 megalópoles do planeta, que concentrariam os avanços tecnológicos e o desenvolvimento cultural do mundo moderno. Entre elas, está a megalópole RioPaulo, que reuniria as duas cidades brasileiras mais importantes.
Este artigo da "Foreign Affairs", embora não se dedique especificamente ao Brasil, mas sim ao papel dos Estados Unidos num mundo não-polarizado, é mais um de uma série, depois do editorial do "El País" da semana passada que nos aponta como uma futura potência mundial, e da revista inglesa "The Economist".
A potencialidade do Brasil como um poder global nunca esteve tão em evidência, graças aos bons ventos da economia e ao anúncio precipitado do novo campo de petróleo em águas ultraprofundas, que nos colocaria entre os dez maiores produtores do mundo nos próximos anos.
O fato é que o mundo debate a questão da energia como instrumento político que está dando a países emergentes poder de protagonistas da cena internacional. A idéia de que a América do Sul tem reservas de petróleo e gás para ser parceira internacional importante no equilíbrio do mercado mundial vai ganhando força, num momento em que a energia tem relevância sobretudo política, haja vista a discussão sobre os biocombustíveis e o preço dos alimentos.
Por seu pioneirismo na nova tecnologia, e por suas vantagens comparativas, como amplidão territorial e clima, e por ter das maiores reservas de água do mundo, o Brasil está no centro do debate internacional.
A perspectiva de que o mundo se torne cada vez menos unipolar, dando espaço para novos atores globais, também aumenta a possibilidade de que os países que formam o grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) assumam cada vez mais poder nas decisões internacionais, assim como a África do Sul; Egito, Irã, Israel e Arábia Saudita, no Oriente Médio; Paquistão, no Sul da Ásia; Austrália, Indonésia e Coréia do Sul, na Ásia e Oceania, segundo a análise de Richard Haass na "Foreign Affairs".
Ele lista também organizações globais, como o FMI ou a ONU; regionais, como Liga Árabe ou a OEA e as "funcionais", como a OPEP ou a Organização Mundial da Saúde. E cita empresas globais que dominam setores vitais como a energia ou as finanças; empresas globais de mídia, como a CNN ou a Al Jazeera; as milícias, como o Hamas ou o Talibã; partidos políticos, instituições religiosas ou mesmo organizações terroristas como a Al-Qaeda.
Toda essa relação de atores Richard Haass usa para mostrar que existem mais centros de poder, e os Estados-nação não são a maioria deles. Ele defende que o multilateralismo será essencial nesse novo mundo que já existe, e, por isso, tanto o Conselho de Segurança da ONU quanto o G-8, grupo que reúne os países mais industrializados, precisam ser reconstituídos para refletir o mundo de hoje, e não o pós-Segunda Guerra Mundial.
Nesse novo modelo de mundo, será crescentemente difícil conseguir acordos genéricos, e os Estados Unidos, segundo Haass, terão que se limitar a objetivos mais modestos e firmar acordos parciais.
Ele prevê que o comércio terá importância fundamental nessa nova configuração, e pode ser um instrumento importante para a integração entre as nações, dando aos países condições de melhorar suas situações internas de saúde, evitando conflitos e facilitando o desenvolvimento.
O papel dos Estados Unidos será conduzir as negociações na Organização Mundial do Comércio para reduzir subsídios e barreiras ao livre comércio. O mesmo poderia ser feito com relação ao clima e com acordos em aspectos específicos, como devastação de florestas, ou arranjos entre alguns países, como os maiores emissores de carbono, por exemplo, em vez de tentar um acordo internacional que resolva todos os problemas.
Seria o que Richard N. Haass, presidente do Council of Foreign Relations, classifica de "multilateralismo à la carte", um novo mundo sem hegemonias, que o futuro presidente dos Estados Unidos terá que saber partilhar com outros atores. E no qual o Brasil terá papel cada vez mais relevante.
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